NotCo vira unicórnio após aporte de US$ 235 milhões que incluiu Jack Dorsey, Lewis Hamilton e Roger Federer

NotCo vira unicórnio após aporte de US$ 235 milhões que incluiu Jack Dorsey, Lewis Hamilton e Roger Federer

Foodtech chilena usará o capital para acelerar expansão nas Américas e criar novos produtos

 

NotCofoodtech chilena fundada há cinco anos, acaba de se tornar um unicórnio, atingindo valor de mercado de US$ 1,5 bilhão. A empresa especializada em alimentos plant-based alcançou o feito após o anúncio de uma nova rodada de investimento Série D, no valor de US$ 235 milhões. O aporte foi liderado pela Tiger Global. Entram para o grupo novos investidores, como DFJ Growth Fund, the Social Impact Foundation, ZOMA Lab, o family office da família fundadora do Walmart, Jack Dorsey, fundador do Twitter, e os esportistas Lewis Hamilton e Roger Federer. Danny Meyer, fundador do Shake Shack que havia feito um aporte na empresa em junho deste ano, também entrou na nova rodada.

Com o dinheiro, a empresa se prepara para acelerar sua expansão nas Américas, incluindo Brasil; aumentar o portfólio de produtos e investir no desenvolvimento tecnológico da inteligência artificial da startup. A NotCo desenvolveu um algoritmo capaz de comparar propriedades moleculares dos alimentos e de ingredientes vegetais para criar produtos 100% baseados em plantas. Hoje, a empresa vende maionese, leite, sorvete e hambúrguer à base de plantas. Mas a expectativa é que pelo menos a carne moída vegetal, lançada somente no Chile, chegue aos mercados de outros países ainda neste ano.

PEGN conversou com Ciro Tourinho, country manager Brasil da NotCo, sobre a nova fase da empresa. O passo mais importante após o investimento será o “domínio das Américas”, conta Tourinho. Com escritórios no Chile, Brasil, Argentina e Estados Unidos, a NotCo hoje exporta para mercados como Colômbia, Peru e México. A expectativa é que o aporte ajude a companhia a abrir postos também nesses países. “Concluído o ciclo América Latina, partimos para acelerar nos Estados Unidos, entrar no Canadá e ‘fechar’ as Américas. Parece simples, mas demanda investimento”, diz. Além disso, há o objetivo de levar o negócio para a Europa e Ásia. “Não sei dizer ao certo se no curto ou médio prazo, mas posso dizer que a NotCo não será uma companhia regional”, diz Tourinho.

No Brasil
O dinheiro também chega para a startup acelerar a expansão no Brasil, que hoje conta com um escritório na cidade de São Paulo e uma cobertura do estado usando representantes comerciais. Com o aporte, Tourinho conduzirá uma expansão geográfica pelo país que deverá ser estruturada com novas sedes, como Rio de Janeiro e estados da região Sul do país. “É algo que deve acontecer neste ano ainda”, diz. Com 45 pessoas na operação, será preciso aumentar o time para dar conta da expansão. “Estamos sempre contratando e com vagas abertas. Vamos seguir assim”, diz Tourinho.

Na visão do country manager, a entrada dos novos investidores foi fruto de um trabalho capitaneado por Matias Muchnick, fundador e CEO da foodtech, que se mudou para Nova York a fim de liderar a expansão nos Estados Unidos. “Naturalmente, portas são abertas”, diz Tourinho. Um exemplo disso foi o relacionamento com Danny Meyer, do Shake Shack, que só investiu no negócio após ser apresentado aos produtos da NotCo. “Quando experimentou todo o nosso portfólio, ele virou e disse: ‘Preciso investir nisso’”, disse Muchnick a PEGN no mês passado.

Sobre se tornar um unicórnio, Tourinho acredita que é um reconhecimento do mercado. “Mas, na prática, aumenta a nossa responsabilidade”, diz. Segundo o executivo, a operação deve ficar maior e mais rápida. “Só que é preciso tomar cuidado para não cair no mito. Não vamos mudar de escritório ou gastar com o que não pode. É apenas um sinal de que estamos no caminho certo.”

FONTE: revistapegn.globo.com